
Lembro bem do primeiro livro de Scliar que li ainda na casa dos meus pais,era o pequeno livro de contos O Anão no Televisor que fazia parte de uma coleção que a editora Globo lançara em 1980 em parceria com a RBS ,eu não lembro absolutamente nada sobre este livro a não ser a capa que sempre me chamava a atenção e o fato de muitas pessoas carregarem o mesmo em ônibus,repartições,o que demonstra que era um livro popular e minha memória infantil não esqueceu juntamente com o letreiro da Caixa Econômica Estadual não sei por que.
Já mais tarde,adolescente fui conhecer de fato Scliar pelas mãos da música,de uma música,o Exército de Um Homem Só dos Engenheiros do Hawaii,que o já antenado Humberto Gessinger colocava no título de seu hit em homenagem ao livro homônimo do escritor.No livro o judeu Mayer um imigrante que mora no Bom Fim começa sua guerra particular e quixotesca para construir uma utopia socialista em pleno Bom Fim em meio a padarias,floristas e mamães judias e seu pai que o queria na vocação para ser rabino.Icônico,livro de rebeldia porto alegrense,cheio de alegorias em plena ditadura no ano de 1973.Tempos que dizíamos que Porto Alegre era nem tão alegre assim.Não falarei de outros livros,são tantos,falo aqui de minha memória mais marcante com Scliar,um humanista,homem extremamente simples,defensor dos direitos humanos e da simplicidade das coisas da cidade,de uma cidade de luto.O que você diria Scliar se pudesse nesta segunda-feira comentar o atropelamento dos ciclistas na tua cidade por um sujeito travestido de homem?Melhor não,foste embora antes de ver esta barbárie.
Enquanto Porto Alegre se prepara para a esperar o outono e as primeiras folhas das árvores caem na Bela Vista,na Cidade Baixa e no Bom Fim ele se vai.A cidade está menos humana.
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TEMPERE