terça-feira, 4 de agosto de 2009

POR ELE OS SINOS DOBRAM




Por Elias Ricardo,sua coluna semanal de literatura e cultura popular brasileira
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Ernest Hemingway foi um dos maiores escritores que esse mundo já viu,isso quase todo mundo sabe.
Mas também é preciso dizer que ele foi um super homem,no sentido heróico da palavra.
Sobreviveu a duas quedas de avião,confrontou-se com feras na África,esteve na Guerra Civil Espanhola,correu nas ruas espanholas fugindo de touros enfurecidos,amou dezenas de mulheres,bebeu demais,viveu demais.
Era um homem rude,mas delicado na alma,grande,porte fisico intimidante,olhos calmos e furiosos ao mesmo tempo,rosto marcado moreno pelo sol mediterrãneo.Foi um americano exilado na Paris da decada perdida de 30.Foi amigo de artistas,teve em Gertrude Stein uma grande companheira de bebida e uma adversária amigável nas opiniões.
Publicou 27 livros,geniais em sua maioria.O estilo jornalístico aprendido nas trincheiras e na reportagem a serviço da mais fina arte do romance.Um estilo direto em tudo honrando a tradição dos escritores que vivem a sua literatura,como um Jack London.
Fascinado pelas caçadas,pelos animais,pelas crianças.Fascinava mais que do que era fascinado.Seu magnetismo pessoal era enorme conta-se.Mulheres e cães não resistiam.
Foi um grande de uma geração de grandes,amigo de Scott Fitzgerald e Ezra Pound por exemplo.
Em julho o completou-se 110 anos de nascimento desse gênio herói americano.O menino do Ilinois,do grande Rio Mississipi,do estado dos 500 rios e das plantações de milho.Dos Estados Unidos da América que não existem mais.
Paris é uma Festa,Por quem os sinos dobram,O Velho e o Mar e o Sol Também se Levanta são só os mais conhecidos livros dele,mas livros como Adeus ás Armas ou As ilhas da Corrente são tão bons quanto.Falar de Hemingway é falar de sua vida,sua literatura é a consequência.
Encarnou tanto o mito do herói do homem forte,que um dia ,depois de anos lutando contra doenças e não achando mais aquilo tudo digno,meteu um tiro de fuzil na cara e foi caçar no céu.
O mundo perdeu um escritor que não se repetirá.
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Algumas frases célebres:

" Nunca confundo movimento com ação ''

" A obra clássica é um livro que todo mundo admira mas ninguém lê "

" São necessário dois anos para aprender a falar e sessenta para aprender a calar "

Ernest Hemingway (1899-1961)


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