quarta-feira, 30 de novembro de 2011

OPA BIER OLD ALE... Edição Especial 5 anos...


Dessa vez vamos com um estilo bem legal, uma Old Ale, produzida pela Opa Bier, cervejaria de Joinville em comemoração ao seu aniversário de 5 anos.

A começar pelo rótulo que é muito bonito e convidativo, gosto especialmente deste gênero, cervejas bem lupuladas, aromas e sabores complexos e um álcool acentuado.

Quanto a aparência a OPA OLD ALE apresenta uma coloração muito bonita, um castanho avermelhado brilhoso, um creme pouco espesso e claro, de formação média para baixa.

Os aromas são deliciosos, tons frutados, o lúpulo proeminente, álcool corretamente inserido (6,5); destacam-se notas defumadas e carameladas.
O seu sabor acompanha exatamente o aroma, uma das cervejas com maior relação aroma-sabor que já experimentei, a experiência é lupulada, presença de maltes defumados, caramelos que conferem o dulçor no paladar e para fechar notas frutadas.

O drinkabillity é ótimo, a carbonatação forma bolhas lindas no corpo e conferem frescor a cerveja, o retrogosto é mais amargo e maltado do que imaginei, o que não é um ônus, uma ótima produção da OPA, talvez a melhor que tenha bebido deles.

Parabéns a OPA pela produção de um estilo pouco difundido por aqui, com aromas mais complexos e que fazem as cervejarias saírem do lugar comum, com certeza uma cerveja que eu teria na geladeira.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Dado Ilex: cerveja com erva-mate!!!

Depois de uns dias afastado, volto a postar no blog; cabe salientar que esse calor que nos sobrepesa nos últimos dias tem me afastado das atividades mais introspectivas, dentre essas, escrever no blog. O positivo é que meu consumo de cerveja está aumentando, e logo, tenho muito mais material para postar.

Depois de algum tempo procurando, encontrei a Dado Bier Ilex, uma das minhas grandes curiosidades dos últimos tempos em matéria de cerveja. A Ilex, leva esse nome devido o nome científico da erva-mate, ilex paraguariensis, que é incluída na receita dessa cerveja.

Vamos aos dados da mesma:

Aparência: a Ilex mostrou-se um pouco turva, lembrando as cervejas de trigo, coloração amarelo claro puxando para o verde. Um corpo aguado que desmente a turbidez e um verde que se acentua conforme a temperatura aumenta no copo.
Possui um creme fraco, claro e pouco persistente; acompanha a cerveja apenas nos primeiros goles e depois some.
A Ilex tem uma aparência horrível depois de um tempo no copo, seu creme vai embora e uma água turva, amarelo-esverdeada deixa uma má impressão.

Quanto ao aroma, um tradicional lúpulo de cervejas pilsener, uma certa acidez, e tons levemente, repito, levemente frutados, nada de erva-mate, em suma, pobre no aroma.

Quanto ao sabor, a Ilex é uma cerveja leve, muito leve, com uma lupulagem clássica das cervejas de baixa fermentação, possuidora de um IBU bem baixo (a empresa não divulga o mesmo na embalagem), um leve amargor, pequenas notas ácidas, notas levemente adocicadas quando os goles são generosos e só, nada muito complexo.

Quanto a sua drinkabillity, achei a Ilex um pouco enjoativa, não achei o equilíbrio entre seu corpo, aroma e sabor, uma cerveja que começa ácida, passa pelo amargor e termina em uma doçura inconveniente.

O seu retrogosto é sem surpresas, um pouco melhor do que algumas cervejas de baixa fermentação, pois não marca muito. É de certa forma um retrogosto seco e amargo, trazendo agora sim algumas notas da erva-mate, mas só quem bebe chimarrão talvez seja capaz de percebê-la, é necessária uma memória gustativa bem aguçada e definida com relação ao chimarrão para realizar o link entre a Dado Ilex e a erva-mate.

No mais, uma cerveja diferente, que tem um proposta inusitada, porém toda inovação que ela promete não cumpre, o mate é moderado demais, a cerveja tem claro desequilíbrio entre aromas, corpo, sabores e etc.
Cerveja para experimentar uma vez, não par se ter na geladeira.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Flying Dog inova e lança cerveja de ostras: Pérola Oyster Stout Colar



A Cervejaria Flying Dog de Denver-EUA está sempre inovando e ousando em suas receitas; a começar pelos rótulos, tão conhecidos e comentados aqui no Brasil, exibindo um visual que flerta com o mau gosto, porém que afirma sua relação com o inovador.

A Pérola Oyster Stout Colar, é uma obra da parceria entre a Flying Dog e o restaurante especializado em ostras Woodberry de Baltimore. As ostras utilizadas na receita são retiradas do Lago Rappahannock, na Baía de Chesapeake na Virgínia.

A cerveja contou também com a colaboração do Programa Oyster Recovery, que coordena e realiza trabalho para a restauração e preservação das ostras na baía de Chesapeake; a "Colar de Pérolas", apelido dado pela Flying Dog a cerveja, irá beneficiar o projeto e auxiliará através dos lucros gerados com as vendas, os programas ambientais tocados pelo projeto de preservação da pesca de ostras.
O lançamento ocorreu no último dia 14 no Woodberry Kitchen e alcançará inicialmente Maryland, Virgínia e Washington.

Por enquanto, a Flying Dog não divulgou nada a respeito da possibilidade de produzi-lá em maior escala, e mesmo que ocorra teríamos uma grande dificuldade de exportá-la, o que me deixa com uma sensação resignada de que jamais imaginarei o sabor dela, mas por enquanto vale o registro.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A cerveja mais antiga do mundo!!


Não são só os vinhos que melhoram com o tempo, pelo visto cerveja também.

Pesquisadores encontraram no Mar Âland na Finlândia, norte da Europa, dezenas de garrafas de cervejam, champanhe e vinho, oriundas de uma embarcação naufragada entre os anos 1820 e 1830.
Quanto a cerveja, o conteúdo da mesma está aparentemente intacto, devido a fermentação feita dentro da própria garrafa. Uma equipe de degustadores europeus provaram e do pouco a quase nada que sabemos dela, temos a informação de que é bastante ácida, com certeza efeito dessa poderosa fermentação.

O passo mais interessante está sendo dado no segundo momento da descoberta, aonde a busca é descobrir através de análises a receita da cerveja, bem como qual levedura causou tamanha fermentação e preservou a vida útil do conteúdo.

A Heineken já se posicionou e afirmou que, assim que possível, entrará na jogada para ter a oportunidade de reproduzir essa receita em suas cervejarias.


terça-feira, 22 de novembro de 2011

3 Lobos Pele Vermelha IPA Backer!!


Mais uma vez com o apoio do pessoal do Beer Code, tive a oportunidade de degustar mais uma cerveja dessa sensacional série intitulada American Extreme da Backer de MG.
Em um post anterior, degustei a Imperial Porter 3 Lobos Bravo, e agora chegou a vez da Pele Vermelha, receita que segundo o rótulo contém raspas de laranja, com um teor alcoólico de 7% e um IBU de 53,0.

Como sempre, os rótulos da série Extreme são lindos e muito criativos, ilustrando e sofisticando a degustação. Quanto a sua aparência, a Pele Vermelha possui um corpo leve para aguado, de uma cor avermelhada luminosa, e um creme bege claro muito persistente e cremoso, com grandes bolhas, porém de uma bonita e agarrada formação.

Quanto ao aroma, a laranja se faz muito presente, disputando o protagonismo do aroma com o lúpulo acentuado; em segundo plano, aromas adocicados que remetem ao açúcar mascavo e/ou caramelo.

Quanto ao sabor, o IBU de 53,0 é representado em um amargor intenso acompanhado por uma citridez nítida, os goles que sobrepõem-se vão trazendo tons açucarados e cítricos, uma cerveja que embora amarga é muito refrescante.
O álcool se faz presente no sabor, porém não desequilibra nem sobrepõe-se aos outros;
dona de um retrogosto de longa duração, deixa impressões amargas e ácidas, fechando a degustação entre cítricos de um longínquo abacaxi, das raspas de laranja, que na minha opinião deveriam ser mais pronunciadas, e o tradicional amargor complexo de uma IPA.

Uma boa IPA nacional, com um IBU ousado, agrada cervejeiros acostumados a sabores intensos e marcantes.

Compre a sua Backer 3 Lobos Pele Vermelha IPA no Beer Code do Shopping Iguatemi em Porto Alegre, visitando o quiosque ou ligando para a tele-entrega no (51) 3383-2037.


5 MELHORES TUMBLR DE CERVEJA

Para quem não sabe o Tumblr é um microblog essencialmente de fotos e links de vídeos.E é um dos lugares mais criativos da internet atualmente.
O Tumblr também é um dos serviços mais usados pelos tuiteiros que disseminam em seus posts os seus ''tumblrs''preferidos.
Pois bem,nós do Miojo reunimos aqui os 5 TUMBLR mais legais sobre....(adivi
nha!)cerveja !


Tumblr do portal cearense de cevas,cheio de novidades,comerciais e dicas.

Tumblr da Importadora paulista de cervejas

Um Tumblr com fotos artísticas de cervejas e humor refinado além de degustações de cevas gringas.

Tudo sobre lançamentos americanos e degustação.Fotos imperdíveis.

Tumblr onde os usuários postam suas experiências em fotos.Muito humor e piadas sobre cerveja.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

MAIS UMA DICA PARA O NATAL!! KiT Erdinger Special Oktoberfest Edition !!

Da série que vou fazer até o dia 24/12, que é quando acabam as minhas esperanças de presentes, trago aqui mais uma dica diferente para você dar de presente neste natal e deixar todas as outras pessoas com inveja de seu presenteado, sem contar a água na boca.

Kit 1 CANECO + 2 Erdinger Special Oktoberfest Edition
Trata-se de uma cerveja sazonal, feita para as comemorações da Oktoberfest, bastante refrescante, turva como sempre, porém com algumas notas diferente da Erdinger Weissbier tradicional. Considero ela um pouquinho mais amarga e com notas leves que me remeteram ao mel, além de ser um pouquinho mais alcoólica do que a tradicional, 5,7% da Oktober Edition para 5,3% da tradicional.
Uma clássica cerveja alemã de trigo refermentada na garrafa.
Harmonize-a com uma tradicional salsicha bock alemã assada, fácil de se encontrar em qualquer mercado, que a degustação da Erdinger Oktoberfest só tem a melhorar.

Quanto ao preço??? Passem no quiosque do Beer Code no Shopping Iguatemi em POA e confiram esses e muito mais kits especiais montados com cuidado e carinho para nós cervejeiros...

Confira os outros kits e sugestões de presente do Beer Code clicando aqui.


sábado, 19 de novembro de 2011

Weissbier: uma cerveja para comer



A cerveja é um alimento muito nutriente; alimento sim, pois a cerveja há muitos séculos desempenha um papel importante na dieta do homem, principalmente o homem medieval, haja visto que nos feudos as atividades pastoris eram limitadas e os grãos, embora não pudesse ser caracterizado como fartos, serviam a mesa do homem do alto medievo.

O cardápio do homem europeu da segunda metade do primeiro milênio era bastante pobre, carnes, leite e derivados destes mesmos eram raros, o gado, principal animal de corte era utilizado nos arados como animal de tração, impossibilitando a sua utilização substancial na alimentação.
O homem do alto medievo alimentava-se de grãos: trigo, cevada, centeio, aveia entre outros; mingaus, pãos, cozidos e outras receitas derivados deles eram a base da alimentação feudal.

Em um período de baixa densidade demográfica e principalmente de pouco trânsito livre na Europa, os mosteiros, locais de formação educacional, evangelização e outras atividades clericais e sociais, eram não só casas religiosas, mais funcionavam muitas vezes como pontos de parada para viajantes e vilões oriundos de outros feudos, ou moradores dos burgos, que atravessavam os produtos entre as propriedades dos senhores feudais.

Durante os primeiros séculos da Idade Média, muitos mosteiros especializaram-se na fabricação da cerveja, pois em épocas de jejum, o que dependendo da ordem podiam ser muitos dias ou meses, os clérigos não podiam consumir nenhuma comida sólida, porém nenhum regra tratava da proibição de líquidos, meste caso a cerveja.

Daí a devoção dos mosteiros para a produção de uma cerveja cada vez melhor; contam-se histórias de que alguns clérigos recebiam a autorização para beber em épocas de jejum até 5 litros de cerveja por dia.

Muitos santos católicos foram e ainda são vinculados a fabricação da cerveja, como Santo Agostinho, São Nicolau, São Lucas e Santa Brígida; sobre esta última, conta-se que a santa transformou a água de seu banho em cerveja para dar de beber a visitantes clericais que passavam por sua abadia.

Assim criou-se então a Weissbier, ou cerveja de trigo, no sentido de criar uma cerveja mais nutritiva e que ajudasse os clérigos a suportarem os dias de jejum, uma espécie de comida líquida, um combinado de grãos que mais parecia um pão líquido. Os monges foram adicionando outros grãos, frutas, temperos para melhorar a receita, conferindo outras marcas a weissbier, como tons frutados, adocicados, cítricos e etc.

A Erdinger Weissbier é uma ótima opção para degustar uma tradicional cerveja de trigo alemã,
você pode encontrar ela no Beer Code do Shopping Iguatemi em POA e mais detalhes você encontra aqui no Miojo em uma degustação postada anteriormente.

Bom desjejum... ops!... degustação a todos!!

3 Lobos Bravo Imperial Porter Backer

Com apoio do pessoal do Beer Code, ontem degustei essa Imperial Porter da Cervejaria Backer de Minas Gerais intitulada 3 Lobos Bravo, a mais robusta da série American Extreme que conta com a Pele Vermelha uma India Pale Ale que leva raspas de laranja na receita, a American Pilsen com açúcar mascavo, e a Exterminador, uma American Wheat feita de trigo e que leva capim-limão na receita.

A robustez da cerveja começa pelo nome: é uma Imperial Porter, dela esperamos uma Porter, com toda sua pujança e muito mais, afinal, o Imperial não está ali por acaso.
Os rótulos dessa série são um espetáculo a parte, desenhos com motivos do Velho Oeste americano, traços que lembram desenhos a mão livre, provavelmente a arte tenha sido feita assim. Para muitos lembram os rótulos das americans Flying Dogs, desenhos que ocupam o rótulo inteiro e de extrema originalidade, mas na verdade, os desenhos dessa série da Backer são alusivos a uma boate country que a família controladora da cervejaria já teve em Belo Horizonte.

Feitas as apresentações, vamos ao que interessa!!
Ao abrir a Bravo, os aromas que se sobressaem são os de café e maltes torrados, o café é característico do gênero, porém os cereais tostados vão se refinando e tomando conta do aroma. O processo de maturação da Bravo é feito em barris de madeira de umburana, uma árvore da caatinga brasileira, muito utilizada pela indústria moveleira e farmacêutica. Os aromas amadeirados acompanham toda a experiência olfativa da cerveja que deixa escapar também pelo aroma o seu alto teor alcoólico de 9%.

Sua aparência é de um castanho escuro intenso, um corpo liquorado, aveludado, possuidora de um creme bege, muito persistente e renovador no copo a cada movimento da cerveja.

Seu sabor é igualmente intenso, na primeira impressão, amargores explícitos que nos remetem ao café; porém com melhor percepção, transformam-se em grãos torrados que não são necessariamente do café, o açucar mascavo da receita começa a marcar presença, inclusive no aroma, conforme vai ganhando um pouco de temperatura.
Seu amargor intenso é acompanhado por um citridez amadeirada, originários da madeira de umburana, que deixa a marca nessa cerveja desde os primeiros aromas até os últimos sabores.
O álcool bastante proeminente esquenta a degustação, trazendo doçuras e amargores, como sempre, equilibrados.

O retrogosto vai de azedo a inexistente, o álcool não perdura, o amargor desaparece, uma certa acidez se forma, alguma coisa me lembrou frutas, não sei como, talvez algum lúpulo aromático, mas uma finalização que deixa a necessidade de outro gole.
A cada gole se repensa toda a experiência, com certeza umas das cervejas de mais difícil descrição, uma vez que sua complexidade e personalidade em sua elaboração nos remete a aromas e sabores surpreendentes.

Uma cerveja que justifica o nome, Imponente, Impregnante, Imperial...

Ficou com curiosidade??
Você encontra a 3 Lobos Bravo Imperial Porter no quiosque do Beer Code do Shopping Iguatemi em Porto Alegre.
Liga pro (51) 3383-2037 que eles te entregam uma, duas, três...

Experimenta a Bravo 3 Lobos com uma sobremesa a base de chocolate que a experiência só engrandece!!



SIGA, DÊ RT E CONCORRA A UMA CEVA ESPECIAL @Miojogenerico http://kingo.to/TG1

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

PROMOÇÃO QUERO UMA CEVA DO MIOJO!!!

O Miojo tá sorteando pelo twitter uma ceva especial...

Retwiteem o link e concorram a uma ceva na faixa liberada pelo Miojo Genérico...

Sigam @Miojogenerico!!!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

DICA DE PRESENTE: KIT ESTRELLA DAMM


Natal chegando, o dinheiro nem sempre tão grande quanto a expectativa de ganhar/receber presentes... mas eis que surgem a cada dia novas alternativas para presentear amigos, pai, esposas, maridos e até a si mesmo;
passei no Beer Code hoje a tarde, quiosque de extrema qualidade e bom gosto, que vai desde a carta variadíssima de cerveja, simpatia das atendentes, e terminando no carinhoso embrulho da cerveja em papel manteiga, localizado no Shopping Iguatemi em Porto Alegre, e me deparei com kits deliciosos/lindos, que gostaria de recebê-los da minha namorada, mãe, irmão, sei lá de quem mais seja possível.

Elegi um dentre os mais lindos... este da foto acima, um balde de metal vermelho estiloso, com três garrafas long neck dessa espanhola de extrema qualidade.
Quanto a cerveja?
A Estrella Damm é produzida na Espanha e é uma autêntica Standard American Lager, refrescante, creme de média duração, aromas e sabores de malte e lúpulo suaves e equilibrados...
Uma ótima opção para se beber com os amigos e matar o calor...

Quanto ao preço??? Passem no quiosque da Beer Code no Shopping Iguatemi em POA e confiram esses e muito mais kits especiais montados com cuidado e carinho para nós cervejeiros...


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O MILAGRE DA TRANSFORMAÇÃO DA ÁGUA EM CERVEJA


Contar história é fascinante, quanto mais tempo ela tenha, mais rica, impressionante e distante da possível verdade ela fica; cabe ao interlocutor ter o discernimento de filtrar e reconhecer os meandres da história e principalmente compreender o contexto em qual está envolvido o contador e sua época, talvez assim, tenhamos uma história menos mentirosa.

A sociedade ocidental tem muitas histórias imutáveis, em um universo que a religião contribui muito para que isso aconteça, pois muitas delas confundem-se com dogmas, provações de fé e etc; mas é papel da história desvendar as mesmas, analisando os fatos sob a luz da razão e com um mínimo de senso crítico e claro... bom humor, de quem conta e de quem ouve.

Por isso digo que, ao me deparar com o prazer pela cerveja e por todo o universo que a circunda, estudar a história dela tem sido um dos meus grandes prazeres. Sobre a história da cerveja, sempre me impressionou a relação que esta bebida tem com convenções religiosas, mosteiros, abadias, conventos e etc, e essa relação tem sido um objeto de estudo e de minha atenção a algum tempo.
De certa forma, é óbvia a ligação da cerveja com o mundo divino cristão pois até Jesus Cristo bebia cerveja.

No famoso episódio em que Jesus transforma água em vinho, uma série de histórias mal contadas rondam esse episódio. Vinho no Oriente Médio não era uma bebida de alcance popular, em tempos de dificuldade, onde os coletores do Império Romano cuidavam de usurpar quase toda a população ocidental conhecida, o vinho, bebida fermentada quase sempre de uva, de cuidado especial na sua feitura e preço também especial, não era uma bebida que circulava as mesas ou rodas de conversa dos populares na antiguidade.

A cerveja surgiu do armazenamento de grãos em jarros, em que estes mesmos grãos, juntos com água e o natural processo de fermentação e do calor, acabaram por dar origem a cerveja. Por isso sua relativa facilidade no processo de fabricação e a abundância da oferta de grãos, fez com que a cerveja fosse a bebida popular dos primeiros séculos do calendário romano, e alguns séculos antes disso também.

O vinho, como prova de uma bebida aristocrática, pertencia as rodas mais altas da sociedade grega, pois ajudava a abrir a mente de debatedores e políticos, inflamando as discussões dos filósofos; filósofos esses que pertenciam segundo a república de Platão, o topo da cadeia social, seguido por soldados e artesãos. Definitivamente o vinho não era e ainda não é uma bebida de povão.

Naquele casamento em Canãa em que Jesus é convidado, ao que tudo indica, os recursos dos noivos não eram os melhores nem maiores possíveis, a falta de bebida é uma prova disso, provavelmente não era vinho que os noivos ofereciam aos seus convidados, não era costume das grandes festas populares o consumo do mesmo, mais a bebida fermentada a qual a bíblia diz, tratava-se, ao que tudo indica, da cerveja.

Jesus exalta a fabricação da cerveja nesta passagem: "-“Então darei a chuva da vossa terra a seu tempo, a temporã e a serôdia, para que RECOLHAIS o vosso grão, e o vosso MOSTO e o vosso azeite.” (Dt 11:14).

Temporã significa a chuva para germinar o grão, e serôdia é o tempo para a germinação do grão, e mosto, óbvio, a cerveja no período da brassagem (cozimento da água com a cevada).

Paolo Veronese, importante pintor renascentista italiano, em suas telas:
"Banquete na casa de Levi"
o artista não é um reprodutor da verdade, mais suas telas são frutos de extensas pesquisas realizadas pelo artista, que como seus colegas pintores contemporâneos, tentavam a partir das telas religiosas expressar uma opinião e uma forma diferente de compreender a sociedade em tempos de domínio e ditadura clerical.

No primeiro quadro, que retrata um banquete da aristocracia romana, nota-se jarros metálicos que melhor preservam a bebida, garrafas cilíndricas, e outros jarros menores de boca apertada, ideais para a preservação do vinho. No segundo quadro, um casamento, uma festa popular, percebemos jarros largos, rústicos, servidos de maneira grossa e em quantidade; vasilhames largos assim com certeza transformariam o vinho em vinagre em pouco tempo, só uma bebida fermenta e é servida sob essas condições, a cerveja.

Não é a toa, que a bebida fermentada citada na bíblia tenha sido interpretada de formas diferentes, para os Apostólicos Romanos, aristocratas e bebedores de vinho, fica como sagrada a bebida fermentada a partir da uva; para os protestantes, ou católicos bávaros, germanos, saxões, eslavos e etc, a bebida fermentada a qual a bíblia cita, é a que era possível para a sua realidade, a cerveja, por isso observamos até os dias de hoje, essa relação de mosteiros, conventos, abadias e etc, com a fabricação da cerveja, e não é a toa que as melhores estejam saindo até hoje de lá.

Por isso ressalto que a história deve ser recontada, Jesus transformou ÁGUA EM CERVEJA e se até o Filho Dele bebia, o ato de sorver uma cerveja com todos seus sabores e aromas é honrar a própria glória divina!

Ou seja... mais uma desculpa pra beber...


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Eisenbahn Weizenbier

Chegou a vez da weizenbier da Eisenbahn, cervejaria de extrema qualidade de santa catarina, possuidora de uma grande linha de cervejas artesanais ales, dunkels, strongs ales e etc.

Como o próprio nome diz, weiss significa trigo em alemão, e é a cerveja dona do apelido de pão líquido, são cervejas refrescantes, algumas corpulentas, não filtradas e harmoniosamente amargas e adocicadas, quando são boas claro!

A weizenbier da Eisenbahn é uma típica ceveja de trigo alemã, produzida sob a lei de pureza alemã de 1516, exibe uma coloração amarelo claro, turvo, um corpo denso e macio.

Aromas de frutas, principalmente banana, mas também cítricos da laranja e do cravo; no sabor um amargor quase inexistente, as frutas voltam equilibrando-se entre a banana e a laranja, porém agora com toques de cravo e cereais que equilibram o adocicado da cerveja.

É um verdadeiro pão liquido, por vezes, seu corpo denso lembra a sensação de estar comendo algo, e não é a toa que a cerveja de trigo fora criada pelos monges alemães em tempos de jejum como alternativa para matar a fome.

A Eisenbahn Weizenbier é uma genuína cerveja de trigo, equilibrada, doce e seca quando necessária, tem o drinkability prejudicado pela robustez de seu corpo, cerveja de beber aos poucos em grandes goles e por prazer, nunca por sede.

Harmoniza perfeitamente com massas ao molho de tomate ou uma lasanha de queijos leves.!

Degustei no bistrô do Margs, durante a Feira do Livro, ao preço de RS8,90, preço justo, porém a nota baixa fica por conta do bar não possuir um copo weiss, o que prejudica a degustação; além disso, trouxeram-me um copo gelado, o que tive que pedir para trocar, pois esta "blasfêmia/falsa-balaca" nada mais faz do que oxidar a cerveja e deturpar aromas e sabores.

Mais a cerveja é ótima opção de Weiss, principalmente para quem quer conhecer cervejas de trigo... essa o Miojo recomenda!

domingo, 13 de novembro de 2011

Kaiserdom Dark Lager Beer

Com muita curiosidade comprei a Kaiserdom, uma cerveja alemã que não apresenta um rótulo nem uma garrafa tão sedutoras assim, mantendo uma clássica iconografia das cervejarias alemãs.

A Kaiserdoom Dark Lager Beer é uma cerveja que pela sua descrição já conota algum toque diferente, principalmente porque das cervejas lager, cervejas fermentadas em baixa temperatura, não esperamos sabores tão complexos assim, tratam-se de cervejas claras, algumas com lúpulo sobressalente e só.

No aroma, a Kaiserdom não é uma cerveja muito rica, notas de maltes tostados e álcool levemente perceptíveis.

Dona de um corpo bastante líquido, e um creme de formatação média para baixa, no primeiro contato com o paladar exibiu uma verdadeira explosão de maltes tostados e um carregado sabor de café que tomou conta das paredes da boca impregnando o sabor da ponta até a base da língua.

A Kaiserdom soltou seus aromas goles mais tarde, quando aproximava-se dos 10 graus; uma cerveja de fácil drinkabilitty, tomaria muitas delas em uma mesa de bar ou em casa assistindo um futebol.

Possuidora de um retrogosto seco, às beiras do azedo, aconselhável harmonizar com comidas que contenham um pouco de gordura como bolinhos fritos ou salgadinhos a base de queijos.

Peca pela leveza, poderia possuir um corpo mais denso, flertando com as Porter, o que lhe daria uma personalidade mais complexa, mesmo assim, uma boa cerveja.

Essa o Miojo recomenda!

sábado, 12 de novembro de 2011

Novidades !!!

Olá caros amigos do Miojo...
após uma longa temporada de ausência para reciclagem e resolução de algumas questões,
as matérias cervejeiras voltarão a ser postadas e algumas novidades serão colocadas no ar...

É com muito prazer que retomo as atividades do blog, agora com muito mais "know-hall" para comentar, recomendar e divulgar a cultura cervejeira...

Um grande abraço a todos...

Att,
Andrew Augusto