sexta-feira, 3 de junho de 2011

AS FINAIS ELETRIZANTES DA NBA E DA NHL

Por Germano "Iceman" Neres.



Nesta semana começaram as finais da liga de Basketball e de Hockey no gelo nos USA. E se os jogos da temporada regular já são bons de assistir imagine os playoffs, e posteriormente as finais como é o caso de agora. O nível técnico dos jogos está altíssimo tanto na NBA quanto na NHL.

No início desta semana tivemos o jogo 1, e na noite de ontem o 2º jogo da série melhor de 7 das finais da NBA entre Dallas Mavericks @ Miami Heat. Dois jogos extraordinários, que foram decididos no detalhe, aliás, como toda a final normalmente é, mas nesta série final da NBA estamos diante de duas escolas bem distintas: de um lado, os Mavericks e seu jogo coletivo, de transição cadenciada da defesa para o ataque, triangulações ofensivas e defensivas, tudo comandado por Jason Kidd, um armador à moda antiga que aos 38 anos joga em um nível altíssimo ainda sendo um dos maiores da história da liga na posição, e que conta com a excelência de seu outro principal jogador, Dirk Nowitzki, que além de se adequar à filosofia do técnico em prol da equipe, tem o dom de decidir individualmente quando necessário usando de sua estatura de pivô com habilidade de armador. Do outro lado: Miami Heat, uma equipe que não privilegia o jogo coletivo, é comandada por um trio de jogadores, Dwayne Wade, LeBron James e Chris Bosh - a quem chamo “carinhosamente” de Trio Ternura, uma alusão ao trio de personagens do filme “Cidade de Deus” -, dentro de quadra e totalmente dependente da individualidade deles e de suas qualidades técnicas, não possuem um repertório vasto de jogadas nem de táticas, crêem tão somente em sua qualidade e nada mais.

No jogo 1 prevaleceu exatamente a 2ª escola, pois o “Trio Ternura” jogou demais e quando isto acontece esquece essa de vencer o Heat que não vai rolar. LeBron James jogou demais, e comandou a vitória que pôs Miami na frente com 1-0 na série, e, além disso, dominaram os rebotes tanto ofensivos quanto defensivos, e com uma defesa sólida não permitiu à Dallas usar sua principal arma, a bola de 3 pontos. Miami jogou tão bem e as coisas deram tão certo no jogo 1 que ofuscou até a grande atuação de Dirk Nowitzki por Dallas, o time da Florida teve méritos na vitória, até trabalharam razoavelmente bem a bola, coisa rara naqueles lados, mas também a impressão que se tinha era a de que se qualquer um dos jogadores do Heat arremessasse de olhos vendados naquela noite, todas as bolas cairiam de “chuá”.

O mesmo já não se pode falar do jogo 2. Ainda que Miami tenha dominado a maior parte do placar, suas estrelas não estavam em grande noite exceto Dwayne Wade, que marcou 36 pontos e só não foi “O Cara” da partida porque Nowitzki e Cia tomaram conta do último período e viraram espetacularmente o jogo e conquistaram a vitória que empatou a série. Para quem não assistiu à partida, o Heat vencia por 15 pontos de diferença faltando 6 minutos para acabar o jogo e já pensavam no jogo 3 no Texas quando Jason Kidd, Nowitzki e Cia viraram o placar nos últimos segundos de partida vencendo em plena Florida por 95-93.

O jogo 3 acontecerá no domingo, às 21 horas, horário de Brasília, com transmissão ao vivo da ESPN e ESPN HD. Segundo estatísticas, na história das finais da NBA, quando as duas equipes chegaram empatadas para o jogo 3, o vencedor da mesma levou o caneco em pelo menos 88% das vezes, seria um sinal?! Se depender desta estatística o jogo 3 que já é decisivo por natureza terá cara de finalíssima da liga. Fiquemos então atentos a este jogo, a American Airlines Center, no Texas vai estar bombando para os próximos duelos, pois além do 3º jogo, o 4º e o 5º também serão nos domínios de Dallas, e caso não tenhamos o campeão por lá a série volta para a Florida para mais dois confrontos, o sétimo apenas se necessário, naturalmente.

O fato é que a 2ª partida escancarou certas fraquezas de Miami. A 1ª eu havia falado no POLIVALENTE, que era o fato da dependência do Heat da individualidade de suas estrelas. Avisei por lá também que quando somente um dos jogadores estivesse bem na partida seria insuficiente para Heat vencer um jogo, pois Wade foi fantástico neste jogo 2, mas James e Bosh estiveram bem abaixo da média, vamos combinar também que Chris Bosh não é nenhuma “Brastemp”, é bom jogador, mas daí chamá-lo de estrela, não cheguemos a tanto. Bosh é um bom complemento das duas estrelas, até assumiu parte do jogo 1 com boa desenvoltura, dominou os rebotes na defesa e no ataque, vinha sendo regular até a noite de ontem, mas como não é um fora de série sentiu o jogo e a responsabilidade de comandar as ações. LeBron James quando penso que “agora vai”, que a fase de “amarelão” passou, ele simplesmente passa o 4º quarto de ontem zerado em pontos, isso para um jogador da estirpe em que muitos o colocam, de ele ser um "fora de série" é algo gravíssimo. Como pode um “fora de série” não anotar uma cestinha sequer?! Simples. Ele não está neste patamar ainda. Não podemos colocá-lo no mesmo degrau de Kobe Bryant, por exemplo, este sim é um “Fora de Série”. Ainda assim, não melhor que Jordan porque esse é de outra galáxia, mas este é um assunto para outro post aqui no Miojo.

A 2ª fraqueza do Heat é o fato de não possuírem um armador de ofício na posição 1. Wade é quem atua ali, mas é muito mais um posição 2 adaptado do que propriamente um típico armador, se fosse teria ao menos feito o básico de um armador controlando o relógio, e aí sim, Miami talvez tivesse vencido a partida de ontem e estaria com 2-0 na série indo com tranqüilidade para o Texas com amplas chances de voltar de lá com a taça. A diferença do jogo 2 foi sem dúvida Jason Kidd, que pontuou pouco, mas comandou com maestria as ações dos Mavericks junto com Nowitzki e assim venceram jogando coletivamente. Eu sou torcedor do NY Knicks, mas minha torcida é por Dallas nessas finais devido exatamente ao seu jogo coletivo, não acho que acumular estrelas no mesmo time, caso do Heat resolva os problemas, depender única e exclusivamente da individualidade pode ser arriscado, pois abafa muitos defeitos de um time nas vitórias, como aconteceu com Miami, que pelo jeito não sabe por que venceu o jogo 1 e como conseqüência perdeu o jogo 2.




AS FINAIS DO HOCKEY DA NHL

Boston Bruins e Vancouver Canucks já realizaram uma partida pelas finais da Stanley Cup, a decisão da National Hockey League. Os Canucks venceram por 1-0 o jogo 1 da série melhor de sete jogos em uma partida sensacional em que o placar foi aberto quando faltavam 19 segundos com gol de Raffi Torres, e esse foi o gol mais tardio da história das finais da Stanley Cup que terminaram com o placar de 1-0. O recorde anterior pertencia a Samuel Pahlsson que havia marcado o gol da vitória dos Ducks a 5 minutos e 44 segundos do fim do jogo.

Vejo os Canucks com mais “farinha no saco” para levar a Stanley Cup para casa. Melhor campanha da temporada regular, melhor ataque, um time muito forte fisicamente, com um grande arqueiro e muitos recursos técnicos principalmente quando atua na zona ofensiva, onde são muito criativos e pacientes na troca de passes rápidos e nas inversões de jogadas. Neste jogo 1 houve 12 Power Plays, meia dúzia para cada time, e nenhum gol das equipes, mas com uma diferença: os Bruins possuem uma das piores linhas de Power Play da liga, tiveram PP de 5 vs 3 e mal arremataram a meta de Luongo, já aos Canucks, o time de Boston não pode dar esse mole de ceder PP toda hora porque não será sempre que a poderosa linha de PP canadense passará em branco em jogo de final de Stanley Cup. Aos Bruins, a chance de se manter vivo e com chances de levar a taça, é não desperdiçar tantas oportunidades de gol como fizeram no 1º jogo em que consagraram o Roberto Luongo, arqueiro de Vancouver. Boston conta igualmente com um “Senhor arqueiro” que é o Tim Thomas, um dos melhores jogadores da pós-temporada, mas que não fará “a água virar vinho” todo o santo jogo, principalmente enfrentando o poderoso ataque dos Canucks. Meu palpite aqui é por Vancouver, que no ano de seu 40º aniversário tenta a conquista sua 1ª Stanley Cup e também a quebra da hegemonia estadunidense, que há 18 anos vence o campeonato nacional de Hockey no gelo mais importante do planeta. Os Bruins buscam sua 6ª taça, a última foi no distante 1972, quando bateu em 6 jogos o meu NY Rangers. Que dureza!

Abraço e bom fim de semana a todos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

TEMPERE