sábado, 25 de julho de 2009

ESTE FRIO QUE NOS DEFINE




















Por Elias Ricardo,sua coluna semanal de literatura e cultura popular brasileira.

"Chove na tarde fria de Porto Alegre..''
Revolução Farroupilha,fronteiras,minuano.Extremos de um lugar extremo e distante.
Do Brasil que não quis ser Brasil e acabou sendo.E sendo,jamais será,por que assim não se sente.
Rio Grande do Sul,de rios pequenos e gelados correndo rápidos pelas serras.Do pala por cima do corpo.A cuia que se apalpa,esquentando as
palmas das mãos geladas.
Nesga de sol em que se esquenta a alma e onde a bergamota outro sol.
A neblina cobre os portos e caminhamos,as mãos nos bolsos.
Essa inglesa verdade de cafés esfumaçados no mercado público.
E nada pode ser trópico.Me espelho Borges,Ramil,Rimbaud,Beatnick.
Vinte mundos na tarde desperta,em pé sobre os ladrilhos suados da cozinha.
Onde o modernismo não pôde,onde o tropicalismo não pôde.
E a revolta cheira a paineiras.
A rua é possível,mas o bar é mais.
As manhãs chegam lentas em trens cor de prata.

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