terça-feira, 3 de maio de 2011

C'MON MAN?! O Mundo dos Esportes Americanos

Por Germano "Iceman" Neres*



O MEMPHIS GRIZZLIES QUER REESCREVER A HISTÓRIA DA NBA

O domingo marcou o início dos jogos valendo pelas semifinais das conferências da NBA. Confesso que me surpreendi com um dos resultados e nem tanto com o outro, o que não e surpreende mais é a qualidade dos jogos, a primeira rodada já foi ótima, a segunda será ainda melhor com certeza se pegarmos como parâmetro, os jogos 1 das séries.

No Oeste…

O Memphis Grizzlies foi a Oklahoma enfrentar o badalado Thunder de Kevin Durant e Russell Westbrook, e nem ligaram para a Arena completamente lotada. No post anterior falei sobre a flexibilidade da defesa do Thunder, e do quanto seria difícil vencê-los por isso, e caso encontrem um KD inspirado, mas a equipe de Memphis foi lá, encarou e jogou muito. Com sua defesa fisicamente forte e muito atenta, pouco a pouco foram tomando conta do jogo e impondo seu ritmo e sua filosofia. Nem mesmo as ótimas atuações de Durant (33pts/11rebs), Westbrook (29pts/8rebs/6ast) e Ibaka (16pts/11rebs/5bs) pelo Thunder foram suficientes pra barrar o ímpeto da equipe do Tennessee, e também porque os demais starters e até os reservas não marcaram mais do que 5 pontos cada. Melhor para os visitantes, que ganharam muita moral ao eliminarem na rodada anterior, um dos “poderosos” da Conferência Oeste, o San Antonio Spurs. Destaques para Marc Gasol (20pts/13rebs/3bs), Mike Conley (15pts/7ast) e mais uma vez Zach Randolph (34pts/10rebs), há quem diga que este cara resolveu jogar na hora certa, que era um tesouro escondido, mas o fato é que Z-Bo (na foto com o #50), como é chamado pelos fãs, sempre foi muito bom jogador! Ele jogou por duas temporadas no meu Knicks (07-09) com média de 20 pontos/12 rebotes por jogo. Até hoje não entendi o fato de NY negociá-lo com os Clippers posteriormente, pois penou com a carência de um grande jogador para a posição quatro até a chegada de Stoudemire. Em Memphis, Zach parece à vontade, e com a tranqüilidade necessária para jogar o seu melhor Basket e tentar fazer com que sua franquia reescreva a história da NBA sendo o 2º cabeça-de-chave #8 a chegar às finais da liga, o único da história é exatamente o NY Knicks de 1999, quando perdeu o título para San Antonio. No placar: Grizzlies 114@101 Thunder, com jogo 2 a ser realizado hoje à noite, na mesma Oklahoma.

Staples Center lotado para receber o 1º jogo da série entre Dallas Mavericks @ LA Lakers. Duas equipes experientes e até semelhantes em suas referências. No LA, esperanças no talento natural de um hoje veterano Kobe Bryant, na força no garrafão do espanhol Pau Gasol e nas contribuições vindas do banco da parte de Lamar Odom. No Dallas também, todas as jogadas centralizadas pelo experiente e espetacular armador Jason Kidd, na mão certeira dentro e fora do garrafão de Dirk Nowitzki (foto) e nas saídas do banco de Jason Terry. Com toda essa semelhança só podia mesmo ser um jogão, e equilibrado até os últimos segundos de jogo, e foi bem assim, com um 1º tempo equilibrado, e que terminou com vantagem dos anfitriões (LAL 53-44). Nos primeiros dois minutos de 2º tempo, os Lakers aceleraram o jogo e aproveitando-se dos sucessivos erros do Dallas pôs 16 pontos de vantagem com toda a inspiração de Bryant, que estava com a mão quente! Passados 5 minutos depois disso, com muita defesa e bolas de três pontos caindo através de Nowitzki, Corey Brewer e Terry, os Mavs haviam encostado novamente no placar (DAL 61-64), e daí em diante foi assim até o fim. Nos últimos lances do jogo, Bryant forçou demais alguns arremessos e perdeu bolas importantes. Como foi no lance capital do jogo quando faltando 20 segundos para o fim perdeu a bola para Kidd, e na seqüência Nowitzki sofre falta de Gasol forçando 2 arremessos livres para Dallas. Os Lakers venciam por um ponto antes deste erro e com as conversões de lances livres de Nowitzki, Dallas era quem liderava agora por um ponto. No lance seguinte, o erro foi de Gasol ao tentar passar para Bryant, Kidd rouba a bola do espanhol e sofre falta do mesmo faltando 3 segundos para o final, Kidd ainda quis pôr um pouco mais de emoção na partida errando o 1º lance livre, mas converteu o 2º colocando Dallas 2 pontos à frente. No lance derradeiro, bola para Bryant que tenta cesta de 3 pontos pra ganhar o jogo, mas erra. Final na Califórnia com vitória dos Mavs por 96@94 e 1-0 na série. Pelos Lakers, Bryant foi destaque com sensacionais 36 pontos, Gasol com Double-double (15pts/11rebs/7ast) e Lamar Odom (15pts/12rebs) idem. No Dallas, Kidd (7pts/11ast), Terry (15pts) e Nowitzki (28pts/14rebs) se destacaram. O jogo 2 será amanhã no mesmo Staples Center.

No Leste…

A American Airlines Arena em Miami recebeu no domingo, o primeiro duelo de gigantes da série que promete ser a mais equilibrada das semifinais e, particularmente aposto que será decidida somente no sétimo jogo. Celtics @ Heat fizeram um jogo digno de semifinal de conferência jogando um Basket de alto nível e com duelos individuais interessantes, como o que envolveu Chris Bosh (7pts/12rebs) pelo Heat, e Kevin Garnett (6pts/8rebs) por Boston, que culminou em uma contribuição ofensiva bem discreta de ambos, o que não tirou o brilho do duelo. A principal arma de Miami foi, além do talento do seu trio famoso, a velocidade na transição, já que Boston pode sentir e muito a maratona da série devido à alta média de idade de seu grupo, isso que o Shaq ainda nem retornou ao time recuperando-se de lesão. Ainda assim, Boston acompanhou o ritmo do Heat e não permitiu que os mesmos disparassem no placar, comandados por Ray Allen (25pts) e Paul Pierce (19pts/7rebs). O primeiro anotou 15 de seus pontos em arremessos de três (5/8), mantendo o ótimo aproveitamento da série anterior contra os Knicks. Rajon Rondo (8pts/7rebs/7ast) foi bem, mas sem o mesmo brilho de outros jogos, sendo acompanhado de perto por Mike Bibby. No lado do Heat, James Jones contribuiu saindo do banco com 25 pontos, e tal como Allen, 15 deles em cestas de três, com aproveitamento até superior ao do armador dos Celtics (5/7); LeBron James (22pts/6rebs/5ast) foi bem, mas o dono da bola em Miami foi Dwayne Wade (foto). Com 38 pontos/5assistências, Wade ajudou sua equipe na importante vitória por 90@99, e o Heat larga na dianteira fazendo 1-0 na série. O jogo 2 será na noite de hoje, na Flórida.

No United Center, Hawks @ Bulls fizeram o primeiro duelo da série. Atlanta entrou em quadra confiante em seu sistema defensivo que se mostrou tão eficiente diante do Magic de Dwight Howard, a ponto de eliminá-los. Chicago confiante em seu conjunto, e no talento de Derrick Rose, peça-chave na classificação diante do Indiana Pacers. No jogo, nem o Double-double de Rose (24pts/10ast) foi o suficiente para bater os Hawks, comandados por um Joe Johnson (foto-34pts) inspirado. Carlos Boozer (14pts/8rebs) e Luol Deng (21pts) também foram bem pelo lado dos Bulls, mas o banco não funcionou como de costume e contribuiu pouco. No Atlanta, Jamal Crawford (22pts) deu sua contribuição de sempre, saindo do banco, e Al Horford (9pts/13rebs) foi soberano em seu garrafão. Placar de ATL 103@95 CHI e 1-0 na série para o Hawks. No último lance do jogo, Derrick Rose, ao se envolver em uma jogada com Jamal Crawford dos Hawks torceu o tornozelo direito, o mesmo do jogo 4 contra Indiana. Derrick saiu de quadra deixando a todos muito preocupados e em dúvida quanto a sua participação no jogo seguinte, ele será submetido a uma ressonância magnética para ser analisada a gravidade da lesão, mas mesmo tendo que passar antes pelos médicos, Rose garantiu que amanhã, no mesmo United Center estará em quadra para jogar.

MANDANTES LARGAM BEM NESTE INÍCIO DE 2ª RODADA, MAS NÃO TODOS.

De uma forma geral podemos dizer que os mandantes começaram muito bem as semifinais das conferências do Hockey da NHL. Muitos deles já lideram suas respectivas séries por 2-0, isto é, confirmaram com vitórias seus mandos de jogos, o que é primordial quando se trata de série melhor de 7 jogos. Pois nos playoffs são assim: em uma série melhor de sete jogos, os dois primeiros são na casa do time de melhor campanha na temporada regular, os dois seguintes na casa do adversário, havendo empate na série até aí, o quinto jogo volta ao time de melhor campanha, o sexto é de mando do oponente, e caso seja necessário o sétimo jogo, este será na casa do time de melhor campanha. Por isso a importância de classificar-se bem colocado para os playoffs ficando de preferência como um dos quatro primeiros cabeças-de-chave dentro de suas respectivas conferências.

Este foi o caso do San Jose Sharks (foto abaixo), que jogando em seus domínios bateu o Detroit Red Wings por 1@2 dessa vez sem precisar do temido OT (prorrogação). Os gols dos Sharks foram marcados por Ian White e Niclas Wallin, Henrik Zetterberg descontou para os Red Wings, os Sharks lideram a série por 2-0 e o jogo 3 será amanhã, o 1º desta série em Detroit.

Fechando a noite de domingo, Tampa Bay Lightning @ Washington Capitals fizeram um belíssimo jogo 2 da série. Os Capitals liderados pelo craque Alex Ovechkin foram agressivos, como costumam ser jogando em casa, mas se depararam com uma defesa forte e com os contra-ataques rápidos e perigosos do Lightning, que não deixou de ser ameaçador em nenhum instante do jogo, enfrentou os Capitals da mesma maneira como enfrentou e surpreendeu o Pittsburgh Penguins quando atuava fora de casa, e foi assim que abriram o placar fazendo 1@0 através de Vincent Lecavalier há menos de um minuto do fim do 1º período. Os Capitals sentiram o gol adversário mas não desistiram, e faltando menos de 5 minutos para o fim do 2º período empataram com gol de Brooks Laich. O Lightning retomou a liderança no placar com gol de St. Louis Martin no minuto 8 do 3º período, quando eis que brilha a estrela do craque Ovechkin faltando pouco mais de um minuto para o fim do jogo, era o empate em 2@2 que levava a decisão para o temido e imprevisível OT. O período extra foi marcado por disputas bem ríspidas pela posse do puck, e no minuto 6 quando tudo parecia que teríamos mais um OT devido ao equilíbrio do jogo, foi a vez de brilhar, e pela 2ª vez na partida a estrela do artilheiro do Lightning, Lecavalier (foto com a #4). Em um contra-ataque rápido, arma do Lightning durante todo o jogo, Teddy Purcell cruza da direita encontrando livre o Lecavalier, que com a frieza digna dos mais sanguinários goleadores, só tira do arqueiro Neuvirth empurrando para as redes dos Capitals. Fim de jogo, vitória de Tampa Bay por 3@2 no jogo e 2-0 na série, para o desespero dos fãs de Washington que assistem à duas derrotas em casa nestas semifinais. O jogo 3 será na quarta-feira, abrindo a série em Tampa.

No Wells Fargo Center, Boston Bruins @ Philadelphia Flyers se reencontraram em mais uma semifinal de conferência depois do histórico confronto do ano passado já citado aqui no Miojo. E que jogaço, amigos! Ânimos à flor da pele, os Bruins jogavam com sede de vingança pela vergonha que os Flyers os fizeram passar durante um ano inteiro, e desta vez o time de Boston queria mostrar que esta nova história entre eles teria um final diferente. A cada disputa pelo puck víamos que ninguém havia esquecido o duelo anterior, e foi o que moveu este jogo, e que com certeza moverá esta série inteira, até que tenhamos o vencedor. De tão equilibrado, o jogo terminou o tempo regulamentar empatado em 2@2, todos os gols no 1º período: James Riemsdyk van duas vezes para os Flyers, e Chris Kelly e Brad Marchand para os Bruins. O gol da vitória veio no minuto 14 do OT, quando depois de uma pressão quase que insuportável dos Flyers, os Bruins armaram um rápido contra-ataque e Krejci David faz o gol dos Bruins, alguns jogadores comemoram, mas os árbitros nada gesticulam e só depois de analisarem o lance no replay decretam a vitória do time de Boston por 3@2 e a liderança por 2-0 na série vencendo os 2 jogos fora de casa, o destaque do jogo, sem dúvida nenhuma foi o arqueiro Tim Thomas (foto) dos Bruins, que parou nada mais, nada menos do que 52 tiros, dos 54 que foram à sua meta, impressionante! Mas apesar dos 2-0 contra si na série, não dá pra dizer que já era para os Flyers, ou o raio cairá 2 vezes no mesmo lugar? Os Bruins garantem que não.

VRRRUUUMMM!

Automobilismo na 6ª marcha.

No último dia 1º de maio completou-se 17 anos sem o ídolo Ayrton Senna, o Maior Piloto de Todos os Tempos da F1. Não gosto de fazer homenagens a ídolos que já se foram, no dia de sua morte. Prefiro homenageá-los no dia de seu aniversário, por exemplo. Mas o 1º de maio ficou tão marcado nos amantes da F1, mais ainda nos fãs de Senna, que fica difícil, quase impossível eu diria, de esquecer esta data. Tão difícil quanto encontrar algum brasileiro que você pergunte onde ele estava e o que fazia quando Senna morreu, e que a resposta seja outra que não: Em casa, na frente da TV. Quando da data do aniversário do Ayrton, o meu blog não existia ainda, mas prometo no ano que vem redigir um post especial em sua homenagem. Difícil até conter as lágrimas enquanto escrevo sobre o Ayrton, tamanha a idolatria que tenho por ele e que nunca vai acabar. As alegrias que ele nos deu a cada manhã de domingo, alegrias que não terei e não teremos jamais de volta, porque aquele capacete com as cores da bandeira do Brasil não está mais lá. Por mais que a gente ouça o tema da vitória quando Barrichello vence, ou quando das vitórias de Massa, não é a mesma coisa, porque sabemos que aquela música, ah, aquela música é a música do Senna! E por mais que outro brasileiro carregue a bandeira do Brasil na pista ao comemorar a vitória, ou a leve para o pódio, não adiantará, ficaremos felizes sim por mais uma vitória brasileira, mas lembraremos automaticamente, que este foi um gesto imortalizado por Ayrton. Imortalizado, esta é a palavra. Ayrton Senna da Silva está imortalizado no meu e no coração de todos aqueles que amam a velocidade, e amam a F1. Ayrton, onde quer que fosse, o Brasil estava com ele, e ele com o Brasil. E ele está com a gente sempre. E onde quer que ele esteja, estamos e estaremos sempre com ele.

Até…


*Germano "Iceman" Neres é dono do blog Polivalente onde escreve sobre esportes americanos, e é colaborador semanal do Miojo Genérico.

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